sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Análise de Recurso Educativo Online



Área de Formação: História

Nome: Afonso Henriques


Autoria: Pedro Lino

Data: 28/06/2010

Idioma: Português

Público-alvo: Alunos do primeiro e segundo ciclo e iniciantes em História de Portugal

Avaliado por: Marina Duarte




quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Aspetos fundamentais da avaliação de recursos educativos




Com a aplicação das Tecnologias da Informação e da Comunicação no contexto educativo, os docentes viram disponível um amplo leque de recursos e estratégias aplicáveis em sala de aula. Com o despontar dos Recursos Educativos Online (REO),foi possível criar fatores de motivação adicional através de novos ambientes de aprendizagem apostando da inovação e na novidade.

Num momento em que os REO abundam em ambientes virtuais, a comunidade científica e os docentes começaram a questionar-se sobre que REO selecionar para apresentar em sala de aula surgindo então uma necessidade de aferir a qualidade de REO escolhendo. Será pertinente proceder a uma análise de REO escolhendo o que melhor se adapta ao método pedagógico do docente e o que mais motiva o aluno em contexto de sala de aula.

Para tornar o processo de seleção mais simples, em Portugal surgiu um Sistema de Avaliação e Apoio à Utilização de Software para a Educação e Formação. “[…] O sistema tem como uma das suas finalidades a certificação de materiais que, comprovadamente, têm reconhecido interesse para a educação e para a formação.” (RAMOS, J. et al, 2006)
RAMOS;J. et al (2006) considera que um REO deve ter uma finalidade educativa respondendo às necessidades do sistema educativo português.

COSTA;F. (2005) defende uma apreciação mais lata no que concerne à avaliação de REO referindo que a qualidade deve assentar numa perspetiva multidimensional, aliando o software à dimensão educativa num âmbito pedagógico, curricular e didático. A avaliação de REO deve incidir sobre a conceção do produto, a sua utilização em determinado contexto e, obviamente, os resultados de aprendizagem obtidos mediante a utilização deste recurso.
Para COSTA;F. (2005) a “avaliação deve valorizar, sobretudo a finalidade de orientar os professores no conhecimento e possibilidades de uso do software que está à sua disposição, proporcionando a sua efetiva integração no currículo(…)”. Esta situação conduz à reflexão sobre a formação de professores. Muitos professores mostram-se ainda reticentes ao uso de tecnologias por desconhecer o seu manuseamento. Como tal, para poder aproveitar em pleno os REO, o docente necessita de aprender conceitos básicos de informática. Deve ser disponibilizada formação em Tecnologias da Informação e Comunicação para que p professor consiga aliar o seu conhecimento às potencialidades de aplicação de REO em contexto educativo e até, quem sabe, na produção de novos recursos educativos digitais.

Segundo (PINTO. M.; 2005) numa era de propagação rápida do conhecimento dever-se-á encetar um esforço na avaliação de REO através da elaboração de critérios que se considerem fundamentais para auferir a qualidade de um REO. PINTO. M (2005) refere que se devem empregar alguns instrumentos como a Lista de verificação e controlo; a Opinião do utilizador; a Opinião do especialista e a Supervisão e controlos prévios. Estes instrumentos devem ser aplicados segundo um método rigoroso de avaliação que pode ser:

  • Centrado em especialista: guias, análises de conteúdo;
  • Em agências de avaliação: Bibliotecas digitais, listas de verificação e listas de controlo;
  • Centrado no design: “painel de especialistas”, entrevistas e inquéritos e utilização em contexto;
  • Centrado no usuário: listas de verificação e controlo e mostras de observação.
Para que se proceda de forma correta à aplicação do método para aferição da qualidade PINTO. M (2005) define vários critérios de avaliação de REO:
  • Autoridade em que se dá o reconhecimento social do autor e existe uma declaração de princípios e propósito do sítio virtual
  • Atualização em que o autor vai reformulando os conteúdos
  • Conteúdos que devem ser claros e objetivos
  • Estrutura deve ser intuitiva, organizada e hierarquizada
  • Acessibilidade em que o design deve adequar-se às necessidades particulares de cada utilizador
  • Navegabilidade facilidade em visualizar os menus de conteúdos e a existência de um mapa do sítio.
  • Funcionalidade pertinência da informação disponibilizada e rapidez na consulta de conteúdos.
  • Interação com o utilizador através da disponibilização de formulários para que o utilizador possa remeter a sua opinião e dúvidas.
  • Design que deverá definir-se pela simplicidade.
No processo de seleção de REO o professor desempenha um papel fundamental enquanto detentor de conhecimento e interessado no sucesso educativo dos seus alunos. O processo de seleção implica o dispêndio temporal para a análise e reformulação dos mesmos, mas um docente formado e com conhecimentos básicos de informática poderá, a longo prazo, ver o seu trabalho facilitado tendo ao seu dispor uma base de recursos por si selecionados e aplicados a alunos com diferentes motivações e contextos culturais, económicos e sociais.

 
Bibliografia
COSTA;F. (2005) , “Avaliação de software educativo. Ensinem-me a pescar!” Cadernos SACAUSEF-1; CRIE; Lisboa.
PINTO;M. (2005), “Avaliação e qualidade dos recursos eletrónicos”; CRIE; Lisboa.
RAMOS, J. et al. (2006). "Modelos e práticas de avaliação de recursos educativos digitais.", Cadernos SACAUSEF-2; CRIE; Lisboa.


sábado, 19 de novembro de 2011

Recursos Educacionais Abertos: Potencialidades e Desafios






Num mundo em que as Tecnologias da Informação e Comunicação estão acessíveis a todos, o contexto educativo tem realizado um esforço enorme para atingir o sucesso educativo através da utilização de recursos e fontes disponíveis no mundo digital. O termo Recursos Educacionais Abertos (REA) surgiu numa conferência da Unesco em 2002. A definição de REA é contudo complexa. Stephen Downes refere que os REA são materiais usados em contexto educativo que podem ser acedidos, copiados, reutilizados, modificados e partilhados por todos de forma livre. Não existe, portanto, o pagamento de honorários, assinaturas, registos ou obrigações para o consumidor ou utilizador dos REA.
Os REA incluem:
·         Conteúdos de aprendizagem: Cursos, conteúdos programáticos, disciplinas, objectos de aprendizagem e revistas
·         Ferramentas que abrangem a criação de software de utilização, desenvolvimento, reutilização e distribuição de conteúdos de aprendizagem
·         Desenvolvimento de standards abertos e sistemas de licenciamento (CC - creative commons; GNU General Public License) em que os autores podem especificar para que tipo de utilização o recurso é permitido.
Com o uso dos REA existe a liberdade de usar e aplicar o conhecimento adquirido, de distribuir cópias à comunidade virtual, totais ou parciais do conteúdo sem qualquer tipo de alteração não havendo crime contra os direitos de autor e sem ter de pedir permissão ao autor do conteúdo e a liberdade de realizar mudanças e lançar as cópias do conteúdo modificadas.
Os REA possuem um custo reduzido, mas os benefícios pautam-se em larga escala uma vez que estes podem facilitar o acesso de todas as pessoas ao conhecimento, promovendo as competências digitais  de todos para a sociedade do conhecimento fornecendo um  suporte à aprendizagem ao longo da vida. Os REA constituem uma evolução na garantia da liberdade de expressão, a criatividade o espírito crítico, pois todos podem ver o seu trabalho num mundo digital.
Os conteúdos REA podem apresentar grande qualidade uma vez incentivam práticas de colaboração, participação e partilha, sendo uma comunidade a rever de forma constante um conteúdo alertando para a ocorrência de erros.
Num contexto educativo, os REA permitem aproveitar melhor os recursos públicos investidos em material didáctico através da actualização, aperfeiçoamento, revisão, actualização e redistribuição de conteúdos REA.
Os docentes podem sentir uma motivação adicional na realização de recursos educativos REA pois podem ser reconhecidos como autores através da criação conteúdos adequados à realidade da sua escola e turma. Com a publicação dos recursos na internet, os docentes podem ter o seu material adaptado e utilizado em qualquer parte do mundo. Podem, ainda,  melhorar os conteúdos já existentes através de um controlo de qualidade baseado na obtenção de feedback da comunidade e redes digitais.
Os REA permitem, ainda, uma educação de qualidade e o acesso à educação a quem está na escola e a quem não está.
Os REA possuem formas de licenciamento de forma a promover a partilha de recursos educativos. Sem licenciamento os utilizadores de REA não poderiam usufruir de materiais sem violar direitos de autor.
Um dos processos de licenciamento mais populares designa-se por  Creative Commons. “As Creative Commons foram idealizadas para permitir a padronização de declarações de vontade no tocante ao licenciamento e distribuição de conteúdos culturais em geral (textos, músicas, imagens, filmes e outros), de modo a facilitar seu compartilhamento e recombinação, sob a égide de uma filosofia copyleft.
As licenças criadas pela organização permitem que detentores de copyright (isto é, autores de conteúdos ou detentores de direitos sobre estes) possam abdicar em favor do público de alguns dos seus direitos inerentes às suas criações, ainda que retenham outros desses direitos. Isso pode ser operacionalizado por meio de um sortimento de módulos-padrão de licenças, que resultam em licenças prontas para serem agregadas aos conteúdos que se deseje licenciar.” Fonte: Wikipédia
 Outra popular licença, “a GNU Free Documentation License (Licença GNU de Documentação Livre) é uma licença para documentos e textos livres publicada pela Free Software Foundation. É inspirada na GNU General Public License, da mesma entidade, que é uma licença livre para software. A GNU FDL permite que textos, apresentações e conteúdo de páginas na internet sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo, porém, alguns direitos autorais e sem permitir que essa informação seja usada de maneira indevida. A licença não permite, por exemplo, que o texto seja transformado em propriedade de outra pessoa, além do autor ou que sofra restrições a ser distribuído da mesma maneira que foi adquirido. Desde que uma cópia de si mesma seja incluída, a GNU FDL permite explicitamente a qualquer usuário do item sob ela licenciado copiá-lo literalmente e distribuir essas cópias, inclusive recebendo compensação monetária por elas; permite ainda locá-las e exibi-las publicamente. Impõe, porém, uma série de exigências e obrigações, como a de disponibilizar uma cópia transparente do item, acima mencionada. Ela proíbe que se utilizem meios técnicos para impedir que pessoas que tenham acesso a qualquer cópia do item usufruam dos mesmos direitos que quaisquer outros. As Versões modificadas do item também podem ser incluídas, desde que o autor da modificação concorde em também licenciar a versão modificada pela GNU FDL.” Fonte: Wikipedia
Apesar de muitos criadores de recursos educativos gostarem de partilhar o seu trabalho existe ainda resistência a ceder o resultado de propriedade intelectual que despendeu tempo do criador do REA.
Os REA devem ser sujeitos a uma avaliação antes de serem partilhados por quem disponibiliza o recurso educativo e uma entidade externa “criada para o efeito”.
A apropriação de REA por parte de instituições ou utilizadores deve ser parametrizada de forma a adequar-se à comunidade que se destina permitindo a relação entre diversas aplicações. Existem normas tais como a IMS e a SCORM que facilitam a acessibilidade, comunicação e reutilização de conteúdos educacionais .

Referências Bibliográficas
Downes, Stephen (2008). Open Educational Resources.  Disponível em http://www.slideshare.net/Downes/open-educational-resources-presentation Acesso a 18 de Novembro de 2011.
Downes, Stephen (2011). Open Educational Resources: A Definition. Half an Hour. Disponível em http://halfanhour.blogspot.com/2011/07/open-educational-resources-definition.html Acesso a 18 de Novembro de 2011.
Fasimpaur, Karen (2009). OER: Share, Remix, Learn. Disponível em  http://www.slideshare.net/kfasimpaur/oer-share-remix-learn Acesso a 18 de Novembro de 2011.
Gurell, Seth (autor) & Wiley, David (editor) (2008). OER Handbook for Educators 1.0. Disponível em http://wikieducator.org/OER_Handbook/educator_version_one Acesso a 15 de Novembro de 2011.
OCDE (2007), Giving Knowledge for Free: the Emergence of Open Educational Resources. Disponível em http://www.oecd.org/dataoecd/35/7/38654317.pdf Acesso a 19 de Novembro de 2011.
Mota, José (2011). Recursos educacionais abertos: potencialidades e desafios. Disponível em http://www.slideshare.net/MPeL/recursos-educacionais-abertos-9843635 Acesso a 18 de Novembro de 2011.
Wheeler, Steve (2010). What’s so good about open educational resources? Disponivel em http://www.slideshare.net/timbuckteeth/whats-so-good-about-open-educational-resources Acesso a 19 de Novembro de 2011.
Wikipedia (2011) Creative commons. Disponível em  http://pt.wikipedia.org/wiki/Creative_Commons Acesso a 18 de Novembro de 2011.

Wikipedia (2011) GNU Free documentation license. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/GNU_Free_Documentation_License. Acesso a 19 de Novembro de 2011.
Wiley, David (2007). On the Sustainability of Open Educational Resource Initiatives in Higher Education. Disponível em  http://www.oecd.org/dataoecd/33/9/38645447.pdf Acesso a 15 de Novembro de 2011.